sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Resenha histórica dos sistemas de suporte à decisão


Em 1947 Herbert Simon escreveu o livro Administrative Behaviour [1] onde desenvolveu uma teoria dos sistemas de suporte à decisão.
Este cientista americano, que recebeu o prémio Nobel de ciência económica em 1978, contesta a teoria da perfeita racionalidade na tomada de decisão, adoptada até então, defendendo em contrapartida a teoria da racionalidade limitada, isto é, defende que os homens têm limitações cognitivas, e por outro lado, o poder computacional de suporte à decisão também é limitado.
Foi nos anos 50 que surgiu o conceito de sistema como suporte às decisões empresariais, no entanto, as máquinas de então (processadores) não permitiam interacção entre o homem e a máquina.
Nos anos 60 surgiu a inteligência artificial, sistemas inteligentes baseados em regras como seja o “Prolog”.
Entre os anos 60 e 90 há uma grande mudança que se prende com a difusão dos microcomputadores (Aple 2 em 1979 e PC em 1981) em detrimento dos mainframes, sendo o que se verifica até aos dias de hoje no que concerne à comunicação entre homem e máquina.
Com Morton deu-se a criação de ficheiros, sistemas para análise de dados e para acesso a base de dados, sistemas financeiros e contabilísticos, sistemas para processamento lógico, etc.
A criação, em Harvard, da primeira folha de cálculo “Visicalc” associado aos microcomputadores e, nos anos 90, o surgimento das máquinas “UNICS” ligadas entre si, com a difusão da internet, permitiu o alastramento em massa dos computadores pessoais com grande impacto ao nível organizacional.
Sistemas integrados de apoio à decisão referem-se assim a conjuntos de inputs (situação actual, problema ou desafio) que se pretende superar (gap) através do recurso a sistemas ligados uns aos outros, com vista a suportar o processo de tomada de decisão e assim, ultrapassar o gap e chegar a uma situação desejável (output).
Os sistemas de apoio à decisão eram inicialmente model-driven que, tal como o nome indica, se baseava em modelos em detrimento da origem dos dados, limitando-se assim a processar os dados com vista a atingir determinado objectivo, pelo que o tratamento de dados para apoio à decisão estava assim limitado.
A partir dos anos 90, surgiram os sistemas de apoio à decisão data-driven, em que as bases de dados relacionais e seus sistemas substituíram os sistemas de processamento de transacções, e por outro lado, os sistemas para modelação de dados viraram-se também para os dados. É da conjugação dos dois sistemas que surge os sistemas de apoio à decisão, que passa por uma organização lógica dos dados, com a difusão dos data warehouses, OLAP – on-line anaytical processing, e os data marts, acesso inteligente e orientado a manusear dados.
As ferramentos de data mining e knowledge extraction surgiram também nos anos 90.
No início deste século, com o surgimento do motor de busca da Google e das redes sociais verificam-se grandes alterações na forma como ocorre o processo de tomada de decisão nas empresas e organizações.

BIBLIOGRAFIA

[1] Simon, H. (1997). Administrative Behavior, Fourth Edition
[2] Trigueiros, D. (2011), Sistemas integrados de apoio à decisão, ISCTE-IUL, DCTI